terça-feira, 17 de abril de 2012

Paredes Brancas

Agora abri meus olhos.
E nada pareceu mudar.
Eu queria mergulhar pelo céu.
E me ver livre dessa prisão.

Imaginando eu e você
Correndo, ou apenas andando
De mãos dadas na chuva
Eu queria apenas estar em outro lugar.

Ligo a TV, mas logo me arrependo.
E se começo a ler um livro, logo meus olhos se cansam
E então o Tempo parece brincar comigo,
rastejando-se como uma lesma.
As manhãs são vazias, as tardes solitárias.
As paredes brancas me encaram.
Um animal enjaulado.

A ironia é a melhor amiga da vida.
Atuam juntas nesta peça que poucos assistem.
Ela te trata bem e te afaga, pra logo em seguida
te derrubar como uma marionete quebrada.

E as duas riem disso tudo.
Deitado aqui eu posso ouvir as gargalhadas,
ecoando pelas quatro paredes brancas.
A vida e a ironia.
Elas bebem as minhas lágrimas,
e deleitam-se com a minha dor.

Mas quem as ouve agora
Além de mim e as paredes brancas?

terça-feira, 10 de abril de 2012

Noites

A noite é a pior parte.
Ela trás incertezas, medos, angustia e lágrimas.
Trás memórias e a vontade de querer voltar no tempo. 
Com a noite vem a fraqueza, aos que se permitem serem fracos.

E do que adianta a fraqueza, se em nada ela ajuda?
Do que adianta temer o que ainda está guardado pelo véu do futuro?
A noite cai, mas logo o sol rasga o horizonte novamente.
Queima o medo, trás a razão e a coragem ao coração daqueles que se deixarem levar pelo seu calor.
As noites são difíceis, mas elas são essenciais para que o dia traga renovação.

Hoje a noite vem me visitar,
mas eu espero ansiosamente pelo sol, para que me traga o dia.
E assim essa noite escura, irá acabar.