sexta-feira, 2 de abril de 2010

Estranho

Nesse banco faço meu lugar
Já me olhei em volta, mas
aonde quer que eu vá, só eu vou estar
Nem aqueles amigos que a inveja traz
Nem eles.

Percebi que aqui eu sou o estranho
Eu sou o recluso em muros
Nem sequer a amizade da formiga eu ganho.
Sou um falante entre mudos.
Ninguém ouve.

Aqui eu sou o não visto
Que as pessoas olham, mas não vêem
Onde nem mau nem bem sou quisto
Ali onde os olhos não encontram ninguém.
Pois bem...

Quem vê sente pena
E eu digo que não passa de um idiota
Pois é assim que minha felicidade é plena
E de mim, nem merecem a resposta
Nem nada.

É por dentro que eu mostro as diferenças.
Sou Shakespeare entre analfabetos
O deus de suas mais íntimas crenças
O unânime entre desafetos
Sou maior.

Sozinho valho quase todos vocês
Carcaças podres de animais vis
E nas minhas palavras não cabe nem um talvez
Não me quiseram amigo, nem eu quis.
Nem eu quis.

Muito obrigado pois
Essa indiferença me faz crescer
E no topo permanecer.



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