Alguns versos lhe passaram pela mente:
Estar, sem querer estar.
Sentimento mais cruel do Humano.
Inseparável do Ser.
Até a noite chegar.
Seguiu-se assim:
Esteja comigo e seja o que a vontade lhe falar.
Mas que seja com sinceridade,
pois nada mais maldoso do que ser sem desejar.
Apenas engana.
Não havia sentido algum. Apenas vieram-lhe aos pensamentos:
O cão que olha o pássaro e pede para voar.
Algo, alguém, ou ambos, haveria de explicar-lhe. Se repetiu:
O copo que ela enche até derramar.
O vinho que lhe rouba a sensatez.
A arma a gritar e gritar...
Cinco vezes, o grito que põe silêncio.
Começou a compreender. Mais palavras chegavam:
O silêncio, sorrateiro como sempre, lhe roubou a vida.
Amarga, sem o Amor.
Expirou, para não inspirar nunca mais.
A mente de um escritor.
Na madrugada acordada.
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