sábado, 4 de junho de 2011

Madrugada Acordada

Alguns versos lhe passaram pela mente:

Estar, sem querer estar. 
Sentimento mais cruel do Humano. 
Inseparável do Ser. 
Até a noite chegar.


Seguiu-se assim:

Esteja comigo e seja o que a vontade lhe falar. 
Mas que seja com sinceridade, 
pois nada mais maldoso do que ser sem desejar. 
Apenas engana.


Não havia sentido algum. Apenas vieram-lhe aos pensamentos:


O cão que olha o pássaro e pede para voar.


Algo, alguém, ou ambos, haveria de explicar-lhe. Se repetiu:


O copo que ela enche até derramar. 
O vinho que lhe rouba a sensatez. 
A arma a gritar e gritar... 
Cinco vezes, o grito que põe silêncio.


Começou a compreender. Mais palavras chegavam:


O silêncio, sorrateiro como sempre, lhe roubou a vida. 
Amarga, sem o Amor. 
Expirou, para não inspirar nunca mais.




A mente de um escritor.
Na madrugada acordada.

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