quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Interior

As nuvens acima se abriram, para me mostrar o céu azul.
Hoje, ao menos hoje, elas me dão esse prazer.
E na reflexão momentânea e introspectiva, eu me vejo através de espelhos quebrados do passado.
Cada caco refletindo um momento distinto. Bons, ruins, felizes e de agonia.
Os anos passaram rápido, quando eu mais queria que eles demorassem.
Até chegar a este exato momento.
E aqui, eu estou sozinho na sala escura dos meus pensamentos.

O que eu sinto não é o que eu vejo.
Depreciando sentimentos.
Sustentando opiniões.
Buscando e caçando um ideal pré-moldado.
Sendo eu, para outras pessoas.

Nem de todo ruim, mas a vida passa sem pedir permissão.
Os anos aumentam, o tempo diminui.

E dentre abraços falsos, apenas educados,
eu escolho quem realmente me acompanha.
Quem realmente eu necessito.
O que realmente me faz viver.

E eu descobri que os ventos de hoje, são os mesmos de vinte e dois anos atrás.
Apenas sopram em pessoas diferentes. Almas distintas.
Refrescando, ou gelando, corações e mentes.
Renovando espíritos.

Um lapso de momento, até as nuvens fecharem novamente o céu.
Paraíso incolor.
O dia seguinte.


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