segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Vingança Gelada

As nuvens negras chegaram. Trouxeram o frio. O medo. A morte.
O dia cinza escureceu ainda mais. Trovões soavam pelo céu.
O vento era cada vez mais forte, mais gelado, mais cortante. Era como o sopro da morte, fazendo ventar na alma, levando a felicidade. Tirando os sorrisos das bocas, e deixando o pavor no olhar.
Não era natural.
Não era normal.
Para os humanos a morte nunca é normal.

Naquele dia o Inverno gritou para todos ouvirem.
E todos temeram.
A fúria cinza varreu a Terra. E nem os cantos mais quentes do Mundo, escaparam dos dedos gelados do Frio.
E nem mesmo o Tempo foi capaz de controlar tamanha raiva. Ou talvez ele até fosse capaz, mas preferiu dar as costas e fechar os olhos a isso, como já havia feito antes.

Um deus sem misericórdia é a coisa mais terrível que pode existir.
E naquele dia não havia espaço para a misericórdia, naquele turbilhão de raiva, ódio e tristeza.
E um deus nunca se arrepende.
Morte, caos e terror.
O Inverno em busca da sua vingança. Desconhecendo pudores. Ignorando sentimentos inúteis. Na busca do responsável, não importa quem seja. Somente a morte paga a morte. Somente o sangue sela a vingança. E somente o sofrimento do próximo devolve o sorriso àquele que teve o coração partido.

E um dia aquela vingança seria nobre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário