terça-feira, 20 de setembro de 2011

Levítico

A boca cuspiu seu sangue uma ultima vez.
Onde os animais costumavam estar, hoje corre o desprezo e a infelicidade.
Os rios não foram barreiras suficientes para as ambições, muito menos a vida humana.
O respeito conquistado através do medo, impondo dúbias leis, é o respeito mentido, fingido.
O respeito que alimenta revoltas, rumores de revoluções.

Caos.

Faça-se a lei mesquinha, imposta por quem quer ser grande sozinho.
Conter a ânsia da liberdade. E assassinar de uma vez por todas a igualdade.
Sentar no trono do mundo. E não ter ninguém para lhe fazer companhia.

Do deserto às geleiras. Das dunas aos oceanos.
Todos obedecerão.
Pagando o pecado com a morte. Manchando com sangue o chão onde pisas.
Infeliz o ímpio, pois peca mesmo sabendo sua sina.

Ah, a incerteza rasgando meu coração com um cutelo afiado.
Expondo lágrimas de desilusão, de desejos perdidos.
Era pra tudo isso ser perfeito.
As montanhas parecem ter encolhido, e o fogo perdido seu calor.
Nem os meus maiores feitos, serão equivalente àquele unico feito que eu deixei de realizar.
Criei leis, acabei com vidas, cruzei terra e agua e sangrei a rocha, para que no fim, tudo isso fosse em vão.

Fundei civilizações. Destruí exércitos. Conquistei impérios,
mas não conquistei o seu amor.

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