quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Feliz sem saber

Em alguns momentos me pego sentido saudades. Das mais variadas épocas, dos mais variados acontecimentos e dos mais ocultos sentimentos. Mas de algumas coisas eu sentirei saudades todos os dias da minha vida.

Saudades de comprar material escolar na papelaria perto de casa, querendo levar as marcas mais caras.
Saudades da ansiedade do primeiro dia de aula. Saudades da época em que a minha maior preocupação era estudar para a prova de matemática do dia seguinte. E da culpa que martelava minha consciência quando eu recebia a tal prova, sem ter estudado nada.
Sinto uma imensa saudade de ficar me arrumando antes de ir pra escola, tentando ficar mais bonito (difícil) pra que as meninas da minha sala gostassem de mim.
Saudades também de ficar horas esperando o download da musica da minha banda favorita. Depois gravar um cd com algumas musicas e ficar meses tocando o mesmo disco meses e meses no meu diskman.
Tenho saudades do cabelo comprido. De pensar ser o maior e melhor fã de rock do mundo. De idolatrar minhas bandas favoritas e de ter ciúme de que outros também gostassem delas. Saudades das aulas de educação física, mesmo que elas se resumisse a um jogo de basquete solitário num canto da quadra. Saudade de pegar a fila da cantina. De comprar uma bala a mais, só pra dar uma de presente pra menina dos meus sonhos.
Sinto saudades de chegar em casa, almoçar, assistir a um ou dois programas de t.v e dormir com um livro no colo. Das reuniões nas casas dos amigos pra fazer aquele trabalho impossível, que valia a nota do bimestre. E das discussões e briguinhas que as horas de trabalho proporcionavam. Tudo selado com um ou dois pedaços de bolo de chocolate. Sinto falta de matar aula e ir pra feira, ou pra lan house. E da preparação que matar aula exigia (levar uma camiseta na bolsa).
Saudade das paixões adolescentes. Gostar de uma garota e achar que conhece o “amor eterno”. De ficar passando na frente da sala de aula dela, só pra que ela me visse, e não desse a mínima pra mim. Saudade de ficar tirando a paciência dela, só pra ela falar comigo, mesmo que fosse pra gritar comigo (ou me bater). Saudades de não conseguir dormir, e ficar imaginando formas de puxar assunto com ela. Mas timidez sempre me vencia.
Saudade das excursões. Das viagens de ônibus. Da bagunça. E da diversão.
Da mochila cheia de refrigerante e comidas não saudáveis. E claro, sempre com a sacolinha de supermercado pro caso de um eventual ataque de vomito.

E dos risos despreocupados, sinto saudades mais que tudo.  

Saudades da época em que o meu maior sonho era ser adulto e responsável.
Ah, como eu sinto falta de ser feliz sem saber.

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